O primeiro-ministro do Senegal, Ousmane Sonko, voltou a deixar claro que está determinado a disputar as eleições presidenciais de 2029.
No domingo, 7 de dezembro, durante uma cerimónia em memória das vítimas dos protestos ocorridos entre 2021 e 2024, o líder do governo aproveitou para enviar uma mensagem direta ao país e ao seu próprio partido:
“Nada pode me impedir de ser candidato!”
Esta é a segunda vez que Sonko manifesta, desde a vitória do Pastef em março de 2024, o seu interesse em concorrer ao cargo mais alto do Estado. Uma afirmação que volta a colocar no centro do debate a questão da sua elegibilidade, tema sensível e politicamente carregado desde os confrontos e processos judiciais que marcaram os últimos anos. Elegibilidade de Sonko Volta ao Debate
A nova declaração surge em um momento em que a opinião pública e os meios políticos voltam a discutir sua capacidade legal de concorrer às eleições. Em julho passado, o Supremo Tribunal confirmou uma condenação de seis meses de prisão com pena suspensa e o pagamento de 200 milhões de francos CFA por difamação — decisão que o impediu de participar nas presidenciais de 2024.
Apesar do governo e do Pastef afirmarem que este caso está coberto pela lei de anistia aprovada no final de 2023, especialistas jurídicos alertam que a situação pode ser mais complexa. Segundo alguns analistas, a decisão da Suprema Corte foi definitiva e veio após a adoção da lei, o que poderia manter os efeitos da condenação. Um analista político resume a situação: “Ninguém pode afirmar quem será elegível em 2029. A decisão final caberá ao Conselho Constitucional.”
Mensagem Direcionada aos Militantes do Pastef
O jornalista Assane Samb acredita que a declaração de Sonko tem um alvo claro: “tranquilizar os ativistas do Pastef” — que passaram a questionar o futuro político do primeiro-ministro devido às controvérsias jurídicas e às tensões internas no governo.
Dentro do partido, muitos veem Sonko como a figura central do projeto político iniciado em 2024. Reafirmar sua disposição para concorrer seria uma forma de manter a base mobilizada e evitar divisões.
Rachaduras no Topo do Estado?
A posição firme do primeiro-ministro também surge num contexto de possíveis tensões entre Sonko e o presidente Bassirou Diomaye Faye. De acordo com o analista jurídico Daouda Mine, sinais recentes sugerem um “desacordo” entre os dois.
O presidente Faye, por exemplo, reativou recentemente a coalizão que o apoiou nas eleições de 2024, sem deixar claro se pretende ou não ser candidato em 2029 — gesto que muitos interpretaram como uma tentativa de reposicionar forças políticas e ganhar margem de manobra. Com a dupla no comando do país já demonstrando sinais de desgaste, o anúncio de Sonko pode ser também um movimento estratégico para marcar território político e afirmar-se antecipadamente como a principal figura do campo governante.
Caminho Ainda Incerto
Apesar de Ousmane Sonko deixar claro que está pronto para a corrida presidencial, muitos obstáculos ainda podem surgir até 2029: decisões judiciais, posicionamentos do Conselho Constitucional, tensões internas no governo e reconfigurações políticas no país.
Por agora, sua frase ecoa no cenário político senegalês:
“Nada pode me impedir de ser candidato.”
E com isso, o primeiro-ministro muda oficialmente o tom para 2029 — quatro anos antes da disputa, mas no momento exato em que o Senegal começa a viver uma nova fase de incertezas, alianças e ambições.
Redação: Betegb
Fonte: RFI
No domingo, 7 de dezembro, durante uma cerimónia em memória das vítimas dos protestos ocorridos entre 2021 e 2024, o líder do governo aproveitou para enviar uma mensagem direta ao país e ao seu próprio partido:
“Nada pode me impedir de ser candidato!”
Esta é a segunda vez que Sonko manifesta, desde a vitória do Pastef em março de 2024, o seu interesse em concorrer ao cargo mais alto do Estado. Uma afirmação que volta a colocar no centro do debate a questão da sua elegibilidade, tema sensível e politicamente carregado desde os confrontos e processos judiciais que marcaram os últimos anos. Elegibilidade de Sonko Volta ao Debate
A nova declaração surge em um momento em que a opinião pública e os meios políticos voltam a discutir sua capacidade legal de concorrer às eleições. Em julho passado, o Supremo Tribunal confirmou uma condenação de seis meses de prisão com pena suspensa e o pagamento de 200 milhões de francos CFA por difamação — decisão que o impediu de participar nas presidenciais de 2024.
Apesar do governo e do Pastef afirmarem que este caso está coberto pela lei de anistia aprovada no final de 2023, especialistas jurídicos alertam que a situação pode ser mais complexa. Segundo alguns analistas, a decisão da Suprema Corte foi definitiva e veio após a adoção da lei, o que poderia manter os efeitos da condenação. Um analista político resume a situação: “Ninguém pode afirmar quem será elegível em 2029. A decisão final caberá ao Conselho Constitucional.”
Mensagem Direcionada aos Militantes do Pastef
O jornalista Assane Samb acredita que a declaração de Sonko tem um alvo claro: “tranquilizar os ativistas do Pastef” — que passaram a questionar o futuro político do primeiro-ministro devido às controvérsias jurídicas e às tensões internas no governo.
Dentro do partido, muitos veem Sonko como a figura central do projeto político iniciado em 2024. Reafirmar sua disposição para concorrer seria uma forma de manter a base mobilizada e evitar divisões.
Rachaduras no Topo do Estado?
A posição firme do primeiro-ministro também surge num contexto de possíveis tensões entre Sonko e o presidente Bassirou Diomaye Faye. De acordo com o analista jurídico Daouda Mine, sinais recentes sugerem um “desacordo” entre os dois.
O presidente Faye, por exemplo, reativou recentemente a coalizão que o apoiou nas eleições de 2024, sem deixar claro se pretende ou não ser candidato em 2029 — gesto que muitos interpretaram como uma tentativa de reposicionar forças políticas e ganhar margem de manobra. Com a dupla no comando do país já demonstrando sinais de desgaste, o anúncio de Sonko pode ser também um movimento estratégico para marcar território político e afirmar-se antecipadamente como a principal figura do campo governante.
Caminho Ainda Incerto
Apesar de Ousmane Sonko deixar claro que está pronto para a corrida presidencial, muitos obstáculos ainda podem surgir até 2029: decisões judiciais, posicionamentos do Conselho Constitucional, tensões internas no governo e reconfigurações políticas no país.
Por agora, sua frase ecoa no cenário político senegalês:
“Nada pode me impedir de ser candidato.”
E com isso, o primeiro-ministro muda oficialmente o tom para 2029 — quatro anos antes da disputa, mas no momento exato em que o Senegal começa a viver uma nova fase de incertezas, alianças e ambições.
Redação: Betegb
Fonte: RFI


