Capital guineense vive dia de forte tensão com invasões armadas, detenções e repressão violenta de manifestante
Fonte: RFI
Data: 29 de novembro de 2025
A delegação da CEDEAO, cuja chegada a Bissau estava prevista para este sábado, adiou a deslocação para segunda-feira, 1 de dezembro. O adiamento ocorre num dia marcado por novos episódios de violência armada na capital da Guiné-Bissau.
A missão de alto nível da organização sub-regional integra os Presidentes do Senegal, Cabo Verde, Serra Leoa e Togo, e tem como objetivo mediar uma solução para a crise política em curso no país. O anúncio do adiamento surge no mesmo dia em que homens armados atacaram as sedes do PAIGC e do PRS, reacendendo o clima de instabilidade e insegurança em Bissau.
Ataque à sede do PAIGC
Segundo a enviada especial da RFI, uma dezena de militares manteve-se posicionada em torno da sede do PAIGC, situada nas imediações do Palácio Presidencial. O local terá sido invadido durante a manhã por homens armados que expulsaram todas as pessoas presentes e vandalizaram várias instalações.
O novo primeiro-ministro, Ilídio Té Vieira, foi investido na sexta-feira por uma junta militar. Ele é diretor de campanha da coligação No Kumpu Guiné, que apoiou a candidatura do ex-presidente Umaro Sissoco Embaló.
O porta-voz do PAIGC, Muniro Conté, denunciou que os quadros do partido estão “sob forte pressão” e alertou para um alegado plano de introdução de material militar na sede, com o objetivo de forjar falsas acusações contra o partido.
Sede do PRS também atacada
No bairro de Hafia, a norte da capital, a sede do PRS foi igualmente alvo de ataques. A Liga dos Direitos Humanos confirmou o incidente, informando que as forças de segurança lançaram gás lacrimogéneo contra o edifício, forçando a evacuação imediata de todos os ocupantes e moradores das imediações.
Perseguições e detenções
Um terceiro local visado foi o espaço de campanha do candidato Fernando Dias, apoiado pelo PAIGC. O candidato continua em local desconhecido, enquanto o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, permanece detido nas instalações do Ministério do Interior.
Repressão de manifestantes
O presidente da Liga dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, denunciou ainda a repressão violenta de cerca de uma dezena de jovens que tentaram manifestar-se em Bissau. Segundo a organização, os jovens foram detidos com recurso à força e, até ao momento, não há informações oficiais sobre o seu paradeiro.
Os acontecimentos reforçam o clima de incerteza política e de insegurança generalizada no país, precisamente no momento em que se aguardava a intervenção diplomática da CEDEAO para facilitar o diálogo e restaurar a estabilidade institucional.
Redação:Betegb
Fonte: RFI
Data: 29 de novembro de 2025
A delegação da CEDEAO, cuja chegada a Bissau estava prevista para este sábado, adiou a deslocação para segunda-feira, 1 de dezembro. O adiamento ocorre num dia marcado por novos episódios de violência armada na capital da Guiné-Bissau.
A missão de alto nível da organização sub-regional integra os Presidentes do Senegal, Cabo Verde, Serra Leoa e Togo, e tem como objetivo mediar uma solução para a crise política em curso no país. O anúncio do adiamento surge no mesmo dia em que homens armados atacaram as sedes do PAIGC e do PRS, reacendendo o clima de instabilidade e insegurança em Bissau.
Ataque à sede do PAIGC
Segundo a enviada especial da RFI, uma dezena de militares manteve-se posicionada em torno da sede do PAIGC, situada nas imediações do Palácio Presidencial. O local terá sido invadido durante a manhã por homens armados que expulsaram todas as pessoas presentes e vandalizaram várias instalações.
O novo primeiro-ministro, Ilídio Té Vieira, foi investido na sexta-feira por uma junta militar. Ele é diretor de campanha da coligação No Kumpu Guiné, que apoiou a candidatura do ex-presidente Umaro Sissoco Embaló.
O porta-voz do PAIGC, Muniro Conté, denunciou que os quadros do partido estão “sob forte pressão” e alertou para um alegado plano de introdução de material militar na sede, com o objetivo de forjar falsas acusações contra o partido.
Sede do PRS também atacada
No bairro de Hafia, a norte da capital, a sede do PRS foi igualmente alvo de ataques. A Liga dos Direitos Humanos confirmou o incidente, informando que as forças de segurança lançaram gás lacrimogéneo contra o edifício, forçando a evacuação imediata de todos os ocupantes e moradores das imediações.
Perseguições e detenções
Um terceiro local visado foi o espaço de campanha do candidato Fernando Dias, apoiado pelo PAIGC. O candidato continua em local desconhecido, enquanto o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, permanece detido nas instalações do Ministério do Interior.
Repressão de manifestantes
O presidente da Liga dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, denunciou ainda a repressão violenta de cerca de uma dezena de jovens que tentaram manifestar-se em Bissau. Segundo a organização, os jovens foram detidos com recurso à força e, até ao momento, não há informações oficiais sobre o seu paradeiro.
Os acontecimentos reforçam o clima de incerteza política e de insegurança generalizada no país, precisamente no momento em que se aguardava a intervenção diplomática da CEDEAO para facilitar o diálogo e restaurar a estabilidade institucional.
Redação:Betegb
