Governo não consegue suprir déficit de docentes e mais de 368 mil alunos enfrentam incertezas acadêmicas.
A crise na educação da Guiné-Bissau atingiu um novo patamar com a falta alarmante de professores nas escolas públicas do país. Com um déficit superior a 5.000 docentes, o governo enfrenta dificuldades para garantir a continuidade do ano letivo, comprometendo a aprendizagem de mais de 368 mil estudantes matriculados.
Alunos sem aulas e incerteza acadêmica A escassez de professores tem gerado preocupação entre estudantes e pais, especialmente porque o ano letivo já entrou no segundo trimestre sem uma solução concreta. Apesar de o Ministério da Educação, Ensino Superior e Investigação Científica ter anunciado a contratação de 3.466 novos professores, o número ainda é insuficiente para suprir a demanda.
O Secretário-Geral da Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAEGUIB), Augusto Na Psau, expressou preocupação:
"Na ausência dos professores, os alunos não terão a possibilidade de aprender. Perdemos já um trimestre e não conseguiremos recuperar os dias letivos perdidos. Os alunos serão cada vez mais prejudicados."
O Diretor-Geral dos Recursos Humanos do Ministério da Educação, Moisés da Silva, reconhece o problema e afirma que estão sendo tomadas medidas emergenciais para minimizar os impactos da falta de docentes. Segundo ele, a prioridade será a readmissão de professores que atuaram no ano anterior: "Chegámos à conclusão de que vamos solicitar ao Governo o cabimento de verbas para poder colocar os professores que trabalhavam no ano passado para colmatar essas lacunas. A primeira medida é a confirmação dos professores para que sejam colocados."
Contudo, as limitações financeiras dificultam a contratação de todos os profissionais necessários. Atualmente, o país conta com 11.746 professores na folha de pagamento, mas 976 destes estão inativos por razões diversas, como saúde, migração para o exterior ou abandono do cargo.
A crise educacional na Guiné-Bissau não é novidade. O sistema público tem sido marcado por sucessivas greves, ausência de professores e condições precárias nas escolas. Para o especialista em educação Luís António Blak, a falta de professores terá consequências graves para o futuro do país:
"Se olharmos para as crianças e as escolas praticamente desertas, percebemos que vamos pagar por isso no futuro. É urgente que o Ministério da Educação faça um levantamento sério das necessidades imediatas e colmate essa lacuna."
A incerteza acadêmica paira sobre milhares de estudantes, que temem a interrupção definitiva do ano letivo. Enquanto isso, as soluções governamentais seguem insuficientes, deixando o futuro de toda uma geração em risco.
Redação:Betegb
Fonte: Voa Português
Alunos sem aulas e incerteza acadêmica A escassez de professores tem gerado preocupação entre estudantes e pais, especialmente porque o ano letivo já entrou no segundo trimestre sem uma solução concreta. Apesar de o Ministério da Educação, Ensino Superior e Investigação Científica ter anunciado a contratação de 3.466 novos professores, o número ainda é insuficiente para suprir a demanda.
O Secretário-Geral da Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAEGUIB), Augusto Na Psau, expressou preocupação:
"Na ausência dos professores, os alunos não terão a possibilidade de aprender. Perdemos já um trimestre e não conseguiremos recuperar os dias letivos perdidos. Os alunos serão cada vez mais prejudicados."
O Diretor-Geral dos Recursos Humanos do Ministério da Educação, Moisés da Silva, reconhece o problema e afirma que estão sendo tomadas medidas emergenciais para minimizar os impactos da falta de docentes. Segundo ele, a prioridade será a readmissão de professores que atuaram no ano anterior: "Chegámos à conclusão de que vamos solicitar ao Governo o cabimento de verbas para poder colocar os professores que trabalhavam no ano passado para colmatar essas lacunas. A primeira medida é a confirmação dos professores para que sejam colocados."
Contudo, as limitações financeiras dificultam a contratação de todos os profissionais necessários. Atualmente, o país conta com 11.746 professores na folha de pagamento, mas 976 destes estão inativos por razões diversas, como saúde, migração para o exterior ou abandono do cargo.
A crise educacional na Guiné-Bissau não é novidade. O sistema público tem sido marcado por sucessivas greves, ausência de professores e condições precárias nas escolas. Para o especialista em educação Luís António Blak, a falta de professores terá consequências graves para o futuro do país:
"Se olharmos para as crianças e as escolas praticamente desertas, percebemos que vamos pagar por isso no futuro. É urgente que o Ministério da Educação faça um levantamento sério das necessidades imediatas e colmate essa lacuna."
A incerteza acadêmica paira sobre milhares de estudantes, que temem a interrupção definitiva do ano letivo. Enquanto isso, as soluções governamentais seguem insuficientes, deixando o futuro de toda uma geração em risco.
Redação:Betegb
Fonte: Voa Português