A partir de 27 de Fevereiro, Não Há Instituições de Soberania na Guiné-Bissau

O líder da oposição e presidente do Parlamento guineense desafia o Presidente Umaro Sissoco Embaló, apontando para uma crise de legitimidade política iminente no país
Na Guiné-Bissau, o cenário político aquece enquanto 2025 se desenrola com incertezas sobre o fim do mandato presidencial de Umaro Sissoco Embaló. De acordo com a oposição, liderada por Domingos Simões Pereira, presidente do Parlamento e líder da coligação PAI-TERRA Ranka, o mandato de Embaló termina oficialmente em 27 de fevereiro, marcando o início de um período de alegada ilegalidade institucional

Simões Pereira afirmou em entrevista à RFI que "a partir de 27 de fevereiro, deixa de haver instituições de soberania na Guiné-Bissau", destacando o que considera ser uma crise de legitimidade sem precedentes. Ele citou uma série de eventos que, segundo ele, contribuíram para o enfraquecimento das instituições democráticas, incluindo o "sequestro" do Supremo Tribunal de Justiça e o esvaziamento de competências da Comissão Nacional de Eleições, cuja validade expirou em 2022
Enquanto a oposição defende que o mandato de Embaló termina em fevereiro, o Presidente insiste em estender sua permanência até novembro, data prevista para a realização das próximas eleições presidenciais. Durante um evento oficial no início do ano, Embaló afirmou: "Quem não concordar com essa data que vá ao tribunal", uma declaração que gerou críticas e aumentou as tensões.

O mandato de Embaló começou em 27 de fevereiro de 2020, em uma cerimônia simbólica realizada em um hotel de Bissau, antes da validação final pelo Supremo Tribunal de Justiça em setembro do mesmo ano. No entanto, para Simões Pereira, os últimos acontecimentos demonstram um agravamento da crise institucional, com implicações para a estabilidade do país.
Simões Pereira apelou ao diálogo inclusivo como uma solução para a crise iminente. Em um vídeo divulgado nas redes sociais em 18 de janeiro, ele convidou Umaro Sissoco Embaló a abrir espaço para uma negociação com os atores políticos e sociais do país, alertando que o prazo está se esgotando rapidamente.
Com o cenário atual, pelo menos ainda temos um presidente em funções com prerrogativas para mediar um processo de transição legítimo. É crucial que aproveitemos essa oportunidade antes que a situação se torne irreversível", enfatizou Simões Pereira

Redação:Betegb

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