ANAPROMED-GB Clama por Justiça e Libertação de Adama Coulubali

A Associação Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos dos Trabalhadores Domésticos da Guiné-Bissau (ANAPROMED-GB), liderada por Sene Bacai Cassamá, está exigindo a libertação imediata de Adama Coulubali e que justiça seja feita em relação à sua prisão. Adama, uma empregada doméstica, está detida há seis dias sob circunstâncias controversas, gerando indignação e protestos de sua associação.
Adama começou a trabalhar há menos de uma semana na residência de uma mulher conhecida como Pano, funcionária da Federação de Futebol da Guiné-Bissau. Segundo Pano, Adama teria subtraído 2.175.000 XOF, dinheiro resultante da venda de camisolas da seleção nacional, os Djurtus. A acusação surgiu após Adama retornar à sua casa, onde Pano e outras pessoas, sem autorização judicial, revistaram toda a residência de Adama, mas não encontraram qualquer evidência do suposto roubo.
Após a busca, Adama foi levada à polícia por um agente identificado como Adulai, onde foi detida. Inicialmente, Adama foi mantida na Segunda Esquadra, depois transferida para a Terceira Esquadra e, posteriormente, para a Polícia Judiciária.
De acordo com Sene Bacai Cassamá, os motivos apresentados pelo agente Adulai para manter Adama detida são questionáveis: primeiro, por ter saído da casa da patroa sem se despedir; segundo, por ter retornado à sua casa sem trabalhar. Esses argumentos, segundo ANAPROMED-GB, são insuficientes e mostram o preconceito e a falta de base legal para a detenção. Sene Bacai Cassamá revelou que Adama está em greve de fome e que sua situação reflete um padrão recorrente de abuso contra empregadas domésticas no país. "Este é apenas um entre mais de 20 casos semelhantes em que as acusações contra as empregadas não se confirmam", afirmou. Ele também destacou que muitas vezes as empregadas são tratadas como pessoas de menor valor, enfrentando acusações infundadas e abusos sistemáticos. Para Sene, essa situação promove a impunidade e o crime no país. Ele enfatizou que a ANAPROMED-GB está solidária com Adama e continuará lutando até que a justiça seja feita. "Estamos acompanhando o caso de perto e exigimos que o Ministério Público conclua o processo de forma transparente e justa", disse.
Adama deverá ser ouvida pelo Ministério Público ainda hoje, de acordo com Cassamá. A ANAPROMED-GB já anunciou que não aceitará a retirada da queixa por parte de Pano, mesmo após declarações de que "sentia pena" de Adama. "Isso não vai acabar aqui. Queremos que a justiça faça seu trabalho e que esses abusos contra trabalhadores domésticos cessem de uma vez por todas", finalizou o presidente da associação. O caso de Adama Coulubali coloca em evidência a vulnerabilidade dos trabalhadores domésticos na Guiné-Bissau e a necessidade urgente de políticas que assegurem os seus direitos e dignidade Por: Jorge Dafa
Imagem : Suncar

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