Quatro Crianças Vítimas de Mutilação Genital Feminina na Região de Cacheu

CNAPN exige justiça e reafirma o compromisso na luta contra práticas nefastas à saúde da mulher e da criança
No dia 4 de janeiro de 2025, um caso alarmante de Mutilação Genital Feminina (MGF) veio à tona na região de Cacheu, setor de Canchungo, bairro de Katakumba, no norte da Guiné-Bissau. Quatro meninas, com idades de 2, 3, 6 e 9 anos, foram submetidas a essa prática cruel, violando seus direitos fundamentais e causando um profundo impacto em suas vidas
O Comitê Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas à Saúde da Mulher e da Criança (CNAPN) tomou conhecimento do caso por meio de um ativista da Liga Guineense dos Direitos Humanos na região. Segundo informações confirmadas pelo Coordenador Regional do CNAPN, as autoridades já iniciaram medidas judiciais. O pai das meninas e a fanateca responsável pelo ato estão sob custódia do Tribunal Provincial do Norte, em Bissorã.
Em nota oficial, o CNAPN condenou veementemente o ocorrido e exigiu das autoridades judiciais o julgamento e a condenação rigorosa dos responsáveis, conforme prevê a Lei 14/2011, que proíbe e criminaliza a MGF na Guiné-Bissau. A presidente do CNAPN, Marliatu Djaló, destacou a gravidade do crime e reafirmou o compromisso inabalável da organização em erradicar essa prática hedionda

A mutilação genital feminina é uma afronta aos direitos humanos, deixando marcas profundas na saúde física e psicológica de meninas e mulheres. Não podemos permitir que práticas tão desumanas continuem a ameaçar o futuro de nossas crianças", declarou Djaló.

A mutilação genital feminina é uma prática profundamente enraizada em tradições culturais, mas amplamente reconhecida como uma violação dos direitos humanos. Além das sequelas físicas, a prática perpetua desigualdades de gênero e nega às mulheres e meninas o direito à dignidade e à saúde.
O CNAPN reiterou que não baixará a guarda na luta pela eliminação definitiva da mutilação genital feminina no país. A organização destacou a importância de parcerias com ativistas, comunidades e instituições governamentais para promover a conscientização e combater práticas que violam os direitos humanos.
Redação: Betegb
Fonte:Cnapn

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