Guiné-Bissau: Crise Política e o Papel da Comissão Permanente da ANP

Conflito Institucional: Quem Deve Liderar o País?

A Guiné-Bissau atravessa um momento crítico de sua história política com o fim do mandato do Presidente Umaro Sissoco Embaló em 27 de fevereiro de 2025. Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC e da coligação PAI - Terra Ranka, reafirma que Embaló já não é o chefe de Estado, defendendo que, conforme a Constituição, a transição de poder deve ser liderada pelo Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), cargo que ele alega ainda ocupar.
Em entrevista à RFI, Simões Pereira destacou que a ANP, dissolvida em dezembro de 2023, continua a ter uma função essencial na governança do país, pois "o Presidente do Parlamento mantém-se em funções até à eleição de novos parlamentares". Para resolver o impasse, ele defende que a Comissão Permanente da ANP assuma a responsabilidade de organizar um amplo diálogo nacional, envolvendo todas as forças políticas e setores da sociedade civil.

CEDEAO Sob Pressão e a Necessidade de um Posicionamento O líder do PAIGC também criticou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pela falta de uma declaração clara sobre a crise política na Guiné-Bissau, especialmente após a missão de alto nível da organização ter deixado o país sob ameaça de expulsão por Embaló. Para ele, "o silêncio da CEDEAO é ensurdecedor e pode enfraquecer ainda mais a credibilidade da instituição na região".

A crise política começou com a dissolução do parlamento por Embaló, o que levou à postergação das eleições legislativas. Enquanto a oposição exige que as eleições ocorram em maio de 2025, o governo marcou-as para novembro, criando mais tensão entre os atores políticos.

O Futuro Político da Guiné-Bissau Domingos Simões Pereira afirmou estar disposto a candidatar-se às eleições presidenciais, desde que sua coligação continue a apoiá-lo. Segundo ele, "se houver vontade política, as condições podem ser reunidas para realizar eleições rapidamente".

A incerteza política na Guiné-Bissau continua, com a oposição questionando a legitimidade de Embaló e exigindo um processo transparente para a transição do poder. A expectativa agora é de que a Comissão Permanente da ANP possa desempenhar um papel fundamental na busca por soluções para o impasse, evitando um agravamento da crise institucional no país.

Redação:Betegb

Fonte: RFI Português

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