Presidente Daniel Chapo endurece discurso contra manifestações e gera temor sobre direitos fundamentais
Num dos seus primeiros discursos como chefe de Estado, o presidente de Moçambique, Daniel Chapo, inflamou o debate político e social ao afirmar que o governo combaterá manifestações "mesmo que seja para jorrar sangue". O pronunciamento, feito durante um comício em Pemba, Cabo Delgado, desencadeou uma forte reação da oposição, especialistas e da população nas redes sociais.
A declaração de Chapo não apenas levanta preocupações sobre um possível endurecimento da repressão estatal, mas também colide diretamente com o artigo 51 da Constituição de Moçambique, que garante o direito à manifestação pacífica. O acadêmico Muhamad Yassine questiona a postura presidencial e alerta para o perigo da criminalização da dissidência política.
"É o uso da força bruta como ferramenta de governação. Mas qual é o sangue que ele quer derramar? O sangue dos moçambicanos que o elegeram? Dos que servem o Estado? Ou dos que exercem seus direitos democráticos?"
O principal opositor do governo, Venâncio Mondlane, foi contundente ao classificar Chapo como "sanguinário" e exortou a população a resistir às ameaças do regime. "A vida é um direito fundamental. A Constituição moçambicana não permite pena de morte, muito menos a execução sumária de opositores. Se não houver destruição de bens, a manifestação é legal e deve ser respeitada."
A reação popular também foi imediata. Nas redes sociais, críticos do governo ironizaram a declaração, sugerindo que Chapo "tentou falar sem cábula e acabou revelando suas verdadeiras intenções".
Diante da polêmica, o presidente divulgou um comunicado tentando mitigar o impacto das suas palavras, afirmando que suas declarações foram "manipuladas" e que sua intenção era referir-se apenas às "manifestações violentas, ilegais e criminosas". Entretanto, para seus detratores, a justificativa não convence. "Estamos falando de um presidente jurista, que sabe muito bem o peso de suas palavras. O fato de ele ter dito isso em Cabo Delgado, uma região marcada por conflitos armados, é ainda mais alarmante".
O discurso de Chapo sinaliza um endurecimento da postura governamental diante das recentes manifestações contra fraudes eleitorais e a crise econômica no país. A preocupação agora é se essas palavras se converterão em ações concretas de repressão ou se foram apenas um deslize retórico de um presidente ainda se ajustando ao cargo.
Redação: Betegb Fonte: Dw português paraÁfrica
A declaração de Chapo não apenas levanta preocupações sobre um possível endurecimento da repressão estatal, mas também colide diretamente com o artigo 51 da Constituição de Moçambique, que garante o direito à manifestação pacífica. O acadêmico Muhamad Yassine questiona a postura presidencial e alerta para o perigo da criminalização da dissidência política.
"É o uso da força bruta como ferramenta de governação. Mas qual é o sangue que ele quer derramar? O sangue dos moçambicanos que o elegeram? Dos que servem o Estado? Ou dos que exercem seus direitos democráticos?"
O principal opositor do governo, Venâncio Mondlane, foi contundente ao classificar Chapo como "sanguinário" e exortou a população a resistir às ameaças do regime. "A vida é um direito fundamental. A Constituição moçambicana não permite pena de morte, muito menos a execução sumária de opositores. Se não houver destruição de bens, a manifestação é legal e deve ser respeitada."
A reação popular também foi imediata. Nas redes sociais, críticos do governo ironizaram a declaração, sugerindo que Chapo "tentou falar sem cábula e acabou revelando suas verdadeiras intenções".
Diante da polêmica, o presidente divulgou um comunicado tentando mitigar o impacto das suas palavras, afirmando que suas declarações foram "manipuladas" e que sua intenção era referir-se apenas às "manifestações violentas, ilegais e criminosas". Entretanto, para seus detratores, a justificativa não convence. "Estamos falando de um presidente jurista, que sabe muito bem o peso de suas palavras. O fato de ele ter dito isso em Cabo Delgado, uma região marcada por conflitos armados, é ainda mais alarmante".
O discurso de Chapo sinaliza um endurecimento da postura governamental diante das recentes manifestações contra fraudes eleitorais e a crise econômica no país. A preocupação agora é se essas palavras se converterão em ações concretas de repressão ou se foram apenas um deslize retórico de um presidente ainda se ajustando ao cargo.
Redação: Betegb Fonte: Dw português paraÁfrica